domingo, 22 de novembro de 2015

Estética

ARTE E CULTURA DE MASSA

Há 200 anos, o mesmo Schiller que defendia a educação estética alertava:
O curso dos acontecimentos deu ao gênio do tempo uma direção que ameaça afastá-lo mais e mais da arte ideal. Esta precisa abandonar a realidade e elevar-se, com decorosa ousadia, para além da necessidade, pois a arte é filha da liberdade e quer ser legislada pela necessidade do espírito, não pela carência da matéria. Hoje, porém, a carência impera e curva em seu jugo tirânico a humanidade caída. O proveito é o grande ídolo do tempo; quer ser servido por todas as forças e cultuado por todos os talentos. Nesta balança grosseira o mérito espiritual da Arte não pesa, e ela, roubada de todo estímulo, desaparece no ruidoso mercado do século.
SCHILLER, Friedrich. Sobre a educação estética, p. 35.
Apesar de escrita há cerca de dois séculos, essa observação de Schiller é, mais do que nunca/ atual. O autor considera que há uma arte ideal, cuja função seria servir à necessidade do espírito humano e não ao "mercado do século", ou seja, aos interesses econômicos que determinam o que pode e deve ser feito para atender à demanda de mercado.
Schiller está se referindo a um fenômeno contemporâneo que já despontava à sua época: a indústria cultural, ter­mo cunhado por Adorno.
De acordo com Adorno, também a arte e os bens culturais estão submetidos aos interesses do mercado e, dessa for­ma, não passam de negócios, como qual­quer outro produto. O cinema produzi­do nos Estados Unidos, por exemplo, é em grande medida uma vitrine para vender mercadorias.
Os personagens principais de seus filmes são objetos, são os produtos de tecnologia de ponta. Já foram os automóveis, os jeans, hoje são os computa­dores e seus painéis mágicos. O enredo é apenas um pretexto para vender produtos.
JABOR, Arnaldo. Mr. Daley foi à festa do Oscar brasileiro. Folha de S. Paulo, 15 fev. 2000.
A indústria de lazer e divertimento investe em determinados produtos cul­turais que agradam às massas de forma imediata. Ela não está preocupada com uma educação estética, ou seja, com a criação de condições para que a maioria das pessoas possa receber manifestações artísticas de maior qualidade. A indústria cultural lucra mais com investimentos baratos e com produções artísticas (músicas, filmes etc.) de pouca qualidade e de entretenimento fácil, que não trazem para o público nenhum enriqueci­mento pessoal e nenhuma contribuição ao questionamento das coisas, à reflexão.
É a indústria do simples divertimento, da distração e, por isso mesmo, da perpetuação das atuais condições de existência. Indústria que pela difusão de suas "mercadorias culturais" (filmes, músicas, shows, revistas) vende os valores dominantes do capitalismo, promovendo uma "colonização do espírito" dos consumidores desses produtos.
Assim, a indústria cultural cria a cultura de massa, ou seja, cultura desti­nada às massas. Isso não tem nada que ver com cultura popular, que seria a cultura própria e espontânea de um povo, refletindo as suas particularidades regio­nais e recuperando a tradição e os valo­res autênticos de um dado grupo. A cultura de massa, ao contrário, homogeniza as manifestações artísticas ao oferecer à exaustão um determinado fenômeno de venda e veicular sempre o mesmo, o que desestimula o espírito inovador e empo­brece o cenário cultural.
Embora Adorno tenha retratado com pessimismo o cenário cultural contemporâneo ao apontar como a tecnologia de comunicação perverte o sentido da arte ao transformar tudo em negócio, ele re­servou ainda uma esperança na existên­cia de uma arte verdadeira que não sucumba aos ditames do mercado.
Seria uma arte que não acoberta a realidade, que não é fuga da realidade, mas sim a expressão sensível e crítica de uma realidade que pode se tornar mais humana. Apesar do embotamento da sensibilidade e do sufocamento da arte pela indústria cultural, a arte conseguirá assim sobreviver.
ANÁLISE  E  ENTENDIMENTO
Conceito de estética e filosofia da arte
            1.   O que podemos entender por estética? Explique
2. O que quer dizer o termo indústria cultural? 
3. Qual a diferença entre cultura de massa e cultura popular?
4. O que desestimula o espírito inovador e empo­brece o cenário cultural?
5. Como SCHILLER considera a arte?
6. O artista determina funções para sua arte: busque na internet imagens que
 represente: política, religiosa, pedagógico, naturalista e formalista. 

domingo, 22 de março de 2015

ATIVIDADE HUME e KANT

  • Para o Empirismo, nosso conhecimento começa sempre com a experiência. As sensações formam percepções.

  • Para Kant o esclarecimento  é a saída do homem da condição de menoridade.
CARO ALUNO SIGA AS ORIENTAÇÕES E BOM TRABALHO:

1º - Leia as duas metáforas e relacione com o texto: Que é esclarecimento? estudado em sala de aula p. 265.

Essa atividade deve ser postada no blog em COMENTÁRIOS.
Não esqueça de colocar o nome dos integrantes de sua equipe e série.

2º - Assim que seu colega chegar da experiência, abra o link abaixo e responda o que se pede:

https://docs.google.com/forms/d/1NQk2mRqrqRjoXSvNknZphs9drsC43ppuGHHA31EvZQE/edit#

METÁFORA 1

Metáfora do Coelho Branco - O Mundo de Sofia ( Jostein Gaarder) p. 26.
" Nós, que vivemos aqui, somos os bichinhos microscópicos que vivem na base dos pêlos do coelho. Mas os filósofos ( os sábios) tentam subir da base para a ponta dos finos pêlos, a fim de poder olhar bem de dentro dos olhos do do grande mágico"

O coelho branco não sabe que esta participando de um truque...Conosco é diferente. Sabemos que estamos fazendo parte de algo... e gostariamos de explicar...


METÁFORA 2

Metáfora - A Roupa Nova do Rei - O Rei está nu.




Hans Christian Andersen

Versão livre:

Alfredo Braga

               Era uma vez um Rei que apreciava de tal maneira roupas novas que despendia com elas grandes fortunas. Ele não se importava com as bibliotecas, com as escolas, ou com os museus, a não ser para exibir as suas roupas. Para cada hora do dia vestia uma diferente. Em vez de o povo dizer: Ele está em seu gabinete de trabalho, dizia: Ele está em frente ao espelho no seu quarto de vestir. Mesmo assim a vida cultural era muito movimentada naquele reino que postulava ser de primeiro mundo.


Um dia foram contratados, pela Fundação Cultural do Reino, vários curadores e artistas, e entre eles dois que se apresentavam como estilistas-tecelões e que se gabavam de costurar os mais belos trajes com os mais belos tecidos do mundo. Segundo eles, não só os padrões, as tramas e as cores dos modelos eram belíssimos, mas os tecidos fabricados por eles tinham a infalível virtude de ficarem completamente invisíveis para as pessoas dissimuladas, ou as incompetentes, ou as destituídas de inteligência.

— "Essas roupas com esses tecidos serão maravilhosas." — pensou o Rei — "Usando-as poderei descobrir quais pessoas são falsas, ou que não estão em condições de ocupar cargos, e então poderei substituí-las por outras... Mandarei que fabriquem muitas peças desse tecido para mim..."

Fez um adiantamento em moedas de ouro para que começassem a trabalhar imediatamente. Os estilistas então encomendaram uma grande quantidade de bobinas e carretéis dos mais caros fios de seda e fios de ouro (que escamotearam sorrateiramente e guardaram em seus baús enquanto simulavam trabalhar nos teares vazios) e começaram a tecer, mas nada havia na urdidura ou nas lançadeiras.

Depois de alguns dias, o Rei estava ansioso e andava de um lado para o outro enquanto procurava se distrair com algum casaco ou chapéu do qual ainda não estivesse muito enjoado, ou que ainda estivesse na moda.

 Eu quero saber como vai indo o trabalho dos tecelões. — dizia o Rei, mas andava vagamente pensativo e preocupado... Ele não tinha propriamente dúvidas sobre a sua honestidade e inteligência, mas achou melhor mandar outra pessoa ver o andamento do trabalho.

Todos na cidade também já tinham ouvido falar no poder maravilhoso do tecido, e cada um estava mais ansioso para saber quem era o mais falacioso e burro entre os seus vizinhos.

— "Mandarei o Primeiro Ministro observar o trabalho dos estilistas-tecelões; ele verá o tecido, pois é inteligente e desempenha as suas funções com perfeição." — cavilou o Rei.

Mandou chamar o Primeiro Ministro e ordenou que fosse ao salão (onde os dois charlatães simulavam trabalhar nos teares vazios) saber do tecido.

— "Deus me acuda!" — pensou o Primeiro Ministro, arregalando os olhos quando lhe mostraram o tear. — "Não consigo ver nada!" — no entanto teve o cuidado de não dizer isso em voz alta.

Os tecelões o convidaram a aproximar-se para verificar como o padrão da trama estava ficando bonito e apontavam para os teares. O pobre homem apertava a vista o mais que podia, tirava e punha os óculos, mas não conseguiu ver coisa alguma.

— "Céus!" — pensou ele — "Será possível que eu seja tão fingido e incompetente? Bem, ninguém deverá saber disto e não contarei a ninguém que não vi o tecido."

 Vossa Excelência nada disse sobre o tecido... — queixou-se um dos estilistas.

 Ah, sim. É muito bonito. É encantador! — respondeu o Primeiro Ministro, limpando os óculos com um lenço de cambraia de linho — O padrão é lindo e as cores são de muito bom gosto. Direi ao Rei que me agradou muito.

 Estamos encantados com a vossa opinião, Senhor Primeiro Ministro. — responderam os dois ao mesmo tempo, e iam descrevendo as cores e a trama especial daquele pano tão caro. O Primeiro Ministro prestou muita atenção a tudo o que diziam para poder depois repetir diante do Rei.

Os estilistas pediram mais dinheiro, mais seda e mais ouro para prosseguir com o trabalho e, como das outras vezes, puseram tudo em seus baús e continuaram fingindo que teciam.

Poucos dias depois o Rei enviou o Ministro da Cultura e das Artes para olhar o trabalho e saber quando ficaria pronto. Aconteceu-lhe como ao Primeiro Ministro: Olhou, olhou, tornou a olhar, mas só via os teares vazios.

 Não é lindo o tecido? — indagavam os tecelões, e davam-lhe as mais variadas explicações sobre a trama, o padrão, os brilhos, as cores.

— "Eu penso que não sou muito desonesto..." — refletiu o Ministro da Cultura e das Artes — "e nem estúpido... Se fosse assim, não teria chegado à altura do cargo que ocupo... Que coisa estranha!..."

Pôs-se então a elogiar as cores e o desenho, e mais tarde, não só como Ministro mas como Curador de exposições de artistas e fotógrafos, comunicou ao Rei:

 É um trabalho sublime... em seus aspectos de inconcretude material... hã... uma obra-prima em sua fundamentalidade semântica... e visualidade sígnica... hã... o imagético e o invisível se fundem num todo de... hã... expectativas estético-formais... neste simulacro crítico... se percebe a função... hã... as funções, semióticas... da transcendente imaterialidade da arte...

E já completamente tomado:

 Assim, neste procedimento referencial do não-objeto... hã... em sua virtual vacuidade... o deslocamento do olhar... em sua intensa... hã... re-significação... a obscurecer ao limite extremo... toda e qualquer possibilidade de reflexão perceptiva... hã... insere-se nesta vertiginosa... pós-modernidade... hã... Mas, por outro lado... o discurso estético... das poéticas da segunda metade do século XX ... hã...

O Rei teve de o interromper:

 Está bem, já compreendi.

A cidade inteira só falava nesse deslumbrante tecido, de modo que o Rei resolveu vê-lo enquanto estava nos teares. Acompanhado por um grupo de cortesãos e cortesãs, entre os quais os Ministros que já tinham ido ver o prodigioso pano, e curadores e artistas convidados, lá foi ele visitar os ardilosos tecelões. Eles estavam trabalhando mais do que nunca nos teares vazios.

 Veja, Vossa Alteza Real, que delicadeza de desenho! Que combinação de cores! — balbuciavam os altos funcionários do Rei enquanto apontavam para os teares vazios e os curadores desenvolviam os seus discursos. — Ofuscante... Estonteante... — suspiravam as cortesãs.

O Rei, que nada via, preocupado pensou: — "Serei eu o único cretino e não estarei em condições de ser o Rei? Nada pior do que isto poderia me acontecer!" — então, em alto e bom tom, declarou:

 Muito bom! Realmente merece a minha aprovação!

Por nada deste mundo ia confessar que não tinha visto coisa alguma. Todos aqueles que o acompanhavam também não conseguiam ver o tecido, mas exclamavam em prolongados murmúrios:

 Oh! Deslumbrante... Magnífico... — e aconselharam ao Rei que usasse a roupa nova por ocasião da parada anual que ia se realizar daí a alguns dias. O Rei até concedeu a cada tecelão-estilista a famosa Comenda das Artes e o nobre título de Cavaleiro Estilista-Tecelão.

Na noite que precedeu o desfile, os charlatães tecelões fizeram serão. Iam acendendo todas as lâmpadas do atelier para que todos pensassem que estavam trabalhando à noite para aprontar os trajes do Rei. Fingiam tirar o tecido dos teares, cortavam a roupa no ar com um par de tesouras muito grandes e coseram-na com agulhas sem linha. Na manhã do dia seguinte disseram:

 Agora, a roupa do Rei está pronta.

Sua Majestade, acompanhado dos cortesãos, veio provar a roupa nova. Os estilistas embusteiros fingiam segurar alguma coisa e diziam:

 Aqui estão as calças, aqui está o casaco e aqui o manto. Estão leves como teias de aranhas; até parece que não há nada cobrindo o Rei, mas aí é que está a rara e fina qualidade deste modelo e deste tecido.

 Sim! — concordaram todos, embora nada estivessem vendo.

 Poderia Vossa Majestade despir-se? — pediram os impostores. — Assim poderemos vestir-lhe a roupa nova.

O Rei despiu-se e eles fingiram vestir-lhe peça por peça. Sua Alteza Real virava-se para lá e para cá, olhando-se ao espelho (vendo sempre a redonda imagem de seu corpo nu).

 Oh! Como lhe assentou bem o novo traje, Alteza! Que lindas cores! Que bonito padrão! — diziam todos com medo de caírem no ridículo e perderem os altos cargos se descobrissem que não viam nada. Entretanto o Mestre de Cerimônias anunciou:

 A carruagem está esperando para conduzir Vossa Majestade.

— Estou quase pronto. — respondeu o Rei.

Mais uma vez virou-se solenemente em frente ao espelho, com o rosto erguido sobre o ombro, numa atitude de quem está mesmo apreciando alguma coisa.

Os pagens que iam segurar a cauda do manto, inclinaram-se como se fossem levantá-la e foram caminhando com as mãos à frente, sem dar a perceber que não estavam vendo roupa alguma. Durante o desfile o Rei ia caminhando cheio de pompa à frente da carruagem. O povo nas calçadas e nas janelas, também não querendo passar por tolo, ou mentiroso, exclamava:

 Que caimento tem a roupa do Rei! Que manto majestoso! E que brilhante tecido!

Nenhuma roupa do Rei jamais recebera tantos elogios! Entretanto um menino que estava entre a multidão, achou aquilo tudo muito estranho e disse:

 Coitado do Rei... Está nu!

Os homens e as mulheres do povo, conhecendo que o menino não era nem falso e nem tolo, começaram a murmurar... e logo a seguir, como numa onda, em altos brados repetiam:

 O Rei está nu! O Rei está nu!

O Rei, ao ouvir aquelas vozes do povo, ficou furioso por estar tão ridículo! O desfile entretanto devia prosseguir, de modo que se manteve imperturbável e os pagens continuavam a segurar-lhe a cauda invisível.

Depois que tudo terminou ele voltou ao Castelo Real de onde nunca mais pretendia sair. Mas, como sempre acontece, uma semana depois o povo já havia esquecido o escândalo, e os funcionários do reino seguiam como se nada houvesse acontecido: Os cargos continuavam a ser distribuidos entre as mesmas duas ou três famílias e seus agregados; os impostos sonegados; o desvio de verbas continuava em alta, enfim, tudo voltou ao normal.

Quanto aos dois estilistas-tecelões, desapareceram misteriosamente levando o dinheiro, os fios de seda e o ouro. Meses depois um viajante contou que eles haviam pregado o mesmo golpe em outro pequeno reino, onde os cidadãos também andavam de nariz empinado, cheios de soberba e afeitos às pequenas e às grandes hipocrisias.


terça-feira, 10 de março de 2015

Curso de Prevenção do uso de Drogas

Sendo o tema drogas uma das mais importantes problemáticas da contemporaneidade, com impactos em várias áreas da vida social. O professor Paulo Roberto Stelzner buscou através do curso se aperfeiçoar com o intuito de trabalhar na prevenção do uso de drogas e outros comportamentos de risco no contexto escolar.