domingo, 19 de outubro de 2014

Sociedade dos coronéis

Caro estudante, estamos iniciando um estudo sobre a sociedade brasileira a partir da década de 1940, isto é, quando o Brasil era comandado pela sociedade oligárquica.

1º - Para iniciar nossos estudos defina Oligarquia.
2º - Leia um trecho da obra de Jorge Amado - Gabriele Cravo e Canela que segue abixo e em seguida escreva em seu caderno com base no trecho do livro, como Jorge Amado representou a sociedade da época nesse romance.
3º - Faça um estudo sobre as duas grandes revoltas ocorridas no campo na República Velha: CANUDOS E CONTESTADO.
a) Onde ocorreu?
b) Quem foram os líderes?
c) Qual é o contexto socioeconômico das revoltas?
d) Por que as revoltas foram consideradas messiânicas?
e) Cite uma revolta que ocorreu na cidade na República Velha.


GABRIELA CRAVO E CANELA
 
Gabriela Cravo e Canela, livro que retrata a sociedade ilheense do início do século XX de forma bem realista. Principalmente quando se fala de política.
Jorge Amado, conta no livro, o domínio do Coronel Ramiro Bastos, e mostra, de uma forma interessante a realidade da política do país: O Coronelismo. Feito para manter as grandes famílias da sociedade no poder, o coronelismo, vencia, devido ao chamado Voto de Cabresto.
O voto de cabresto, era chamado assim pelo fato dos coronéis conseguirem votos, por medo dos cidadãos, ou por favores. Exatamente o que aconteceu na cidade de Ilhéus, onde Ramiro Bastos chegou ao poder logo após as disputas pela Mata de Sequeiro Grande - Terras do Sem fim - , graças ao apoio do governador Seabra, e continuou desde então. Fato citado na passagem a seguir:

O coronel Ramiro Bastos contemplava tudo aquilo como se fosse propriedade sua. E assim o era um pouco, pois ele e os seus governavam Ilhéus desde muitos anos.

O coronelismo imperava no Brasil inteiro, e concedia aos governantes o direito de agir apenas no que os interessava. Não cumpriam com suas verdadeiras obrigações e mascaravam com pequenos atos, que lhes beneficiassem. Exatamente como o o coronel Ramiro Bastos, agia apenas na estética da cidade, sendo contra tudo que pudesse lhe ameaçar ou fosse contra seus princípios, como o jornal e o Clube Progresso.

Gostava de ver a cidade limpa ( e para isso fizera a Intendência adquirir caminhões), calçada, ajardinada, com bons serviços de esgotos. [...]Mantinha-se, por outro lado, obstinadamente surdo a certos problemas, a reclamações diversas: criação de hospitais, fundação de um estádio municipal.[...] Torcia o nariz ao Clube Progresso e nem queria ouvir de dragagem da barra.

Apesar dessa falta de compromisso, os coronéis continuavam no poder, algumas vezes, por falta de conhecimento crítico da população, outras, pelo medo que o povo tinha. Contudo, muitas vezes, era por falta de oposição capaz de vencer o governo do cacau, como acontecia em Ilhéus, já que, Ramiro Bastos mandava, todos seguiam, e nenhuma pessoa tinha coragem para enfrentá-lo.

E como a oposição estava reduzida a pequeno grupo de descontentes sem força e sem maior expressão, o coronel fazia quase sempre o que queria, com um supremo desprezo pela opinião pública.

A hegemonia da República Café com Leite assim como a de Coronel Ramiro Bastos durou bastante tempo, mas foi derrotada, ao final da história.

( Passagens do livro retiradas das páginas: 73, 74.)

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